Dom Alex Felipe - Repórter e Redator-Chefe da Revista Clerum
"Tempe Sedes Vacante", do latim "Tempo da Sede Vacante", significa que alguma cátedra, está vazia, e pode ser aplicado as dioceses que estão sem bispo, e também a Igreja no seu tempo de Vacância, ou seja, sem o Papa, o sucessor de Pedro.
Esse período, bastante conhecido na realidade das Igrejas Particulares, ocorre quando o bispo deixa a sua sede episcopal, seja por razões de falecimento ou transferência, e quando compreendemos isto para a Sede Romana, entendemos que, ou o pontífice veio a falecer, ou a pedir renúncia de seu venerável ofício. Nos dois casos, a consumação se dá por um brevíssimo detalhe, a quebra do Anel Petrino, quando os oficiais da Casa Pontifícia declaram encerrado o pontificado de tal Papa, segundo sua morte ou renúncia.
(Renúncia de Bento VII)
Há uma variação nos dias em que o calendário da sede vacante, dependendo de como o Santo Padre deixa sua ocupação, em casos de falecimento, há por primeiro, por volta de 3 a 5 dias de funerais abertos, onde diversos clérigos, entre bispos, cardeais e presbíteros além de visitarem o corpo do pontífice, exposto na Basílica de São Pedro, celebram na intenção da alma do pontífice, até que estas celebrações culminam na Solene Exéquias, por vezes presidida na própria Praça de São Pedro, onde o Cardeal Decano, após todo o período fúnebre, abençoa o corpo do pontífice e o mesmo é enterrado na Basílica Vaticana, ou quando não, onde o mesmo desejou antes de sua morte.
(Funeral Pio VI)
(Funeral Francisco I)
Quando o pontífice apenas renuncia, os dias do luto evidentemente não ocorrem, mas dão destaque ao que, quando há a morte do Papa, ocorre cerca de 7 dias depois do sepultamento, que é o processo de eleição do sucessor do Trono Petrino. Eleição esta conhecida também como Conclave, referindo-se ao fato de que, essa mesma eleição ocorre de portas fechadas em uma capela, que costumeiramente, depois dos séculos modernos, o processo tem acontecido na Capela Sistina, parte do corpo de capelas e altares da Basílica Vaticana, onde o pontífice também é velado de forma privada pelos cardeais e pelos membros da Casa Pontifícia.
Esse processo, em geral, é constituído por alguns pontos, que veremos a seguir, com alguns registros dos anos anteriores, captados pela nossa Clerum Fotos:
- Chegada dos Cardeais em Roma e Abertura da Clausura:
Após a convocação dos cardeais que podem eleger o novo pontífice, o Cardeal Camerlengo, convoca-os para a missa que os separará do contato com a Comunidade, e iniciará a chamada Clausura dos Cardeais para que eles se preparem melhor e, conversando entre si, cheguem a um consenso de quem seria melhor para guiar a Roma Católica em Minecraft.
- Congregações Gerais:
Já separados do convívio da comunidade, depois da missa de abertura da clausura, os cardeais se reúnem em algumas reuniões privadas, conforme a Constituição Apostólica Universi Domini Gregis, com dois renomados Cardeais, escolhidos anteriormente pelo Cardeal Decano, para que orientem melhor o colégio de cardeais sobre a escolha do novo pontífice, com base em uma análise da situação atual e das necessidades mais urgentes da Igreja.
- Missa "Pro-Eligendo" e o Conclave:
A conhecida Missa "Pro Eligendo Pontífice", é uma missa votiva a escolha do novo pontífice, que é geralmente celebrada pelo Cardeal Decano do Colégio Cardinalício, em que o mesmo abre, por conseguinte, a temporada de eleições que ocorrerão entre os cardeais.
O pleito do novo Papa ocorre logo após ao final da missa, quando em solene rito, os cardeais se dirigem a Capela Sistina, e lá estando todos, fazem seu juramento de fidelidade e sigilo absoluto, a respeito de tudo o que ocorrer dentro dos trâmites eletivos.
(Pro Eligendo 2022)
(Pro Eligendo 2023)
Com o avanço da modernidade, a cobertura jornalística é permitida apenas a este momento, onde todos os cardeais fazem o juramento e, em seguida, iniciam a votação, e como forma de dispersar aqueles que não farão parte do pleito, o mestre de cerimônias litúrgicas do pontífice, dispersa não só a imprensa, como também outros membros do clero, com o conhecidíssimo anúncio do "Extra Omnes", que fecha as portas da capela, restringindo os acessos.
(Extra Omnes 2021)
(Extra Omnes 2023)
Nesse interim, o que sabemos é que, segundo a mesma constituição apostólica que rege o andamento das eleições, a cada noite fazem-se três escrutínios de votações, totalizando uma sessão, se na noite da abertura o Papa ainda não for eleito, seguem-se os dias, cada um podendo ter três sessões, que significariam nove rodadas de votações, cada uma delas intervaladas pela divulgação do resultado através da tradicional chaminé, instalada no teto da Capela Sistina, que indicará entre a fumaça preta e branca, a eleição do novo pontífice.
- Eleição, Aparição Pública e a "Pro Ecclesiae"
Enquanto se sinaliza a eleição aos presentes na praça, dentro da capela, o Cardeal Decano, juntamente do secretário do SCC e o mestre de cerimônias, acompanham a confirmação do cardeal ao ofício de Romano Pontífice, que acolhem também o nome do novo Papa, e assim o conduzem para a paramentação para sua primeira aparição pública, enquanto o Cardeal Protodiácono, juntamente de outros auxiliares irá fazer o conhecido anúncio do Habemus Papam, e minutos após, a primeira aparição do novo Papa, com alguma bênção ou algumas breves alocuções.
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(Anúncio e Aparição 2022)
(Anúncio e Aparição 2023)
Após a aparição, em alguns casos, o Pontífice faz um breve sinal de unidade ao sair da basílica para cumprimentar os presentes na praça, como clérigos e religiosos, mas logo retorna para a clausura dos cardeais, onde fará suas primeiras nomeações, exortações ou o que desejar, conforme a necessidade do momento. Enfim, tudo se encerrará na missa votiva pela Igreja, onde pela primeira vez, o novo pontífice celebrará o sacrifício eucarístico com os demais cardeais, na Capela Sistina, encerrando a clausura e previamente, o período de vacância da sede petrina.
(Cumprimentos 2022)
(Cumprimentos 2023)
(Pro Ecclesia 2022)
- Missa de Coroação, Entronização ou Início de Pontificado?
Conforme a vontade do Pontífice, pode-se celebrar em algumas destas "fórmulas" para sinalizar a Eucaristia que marcará o início do seu ministério como Sucessor do Apostolo Pedro, muda-se apenas o nome e a forma com a qual são apresentados os simbolismos da celebração, sendo a "Início do Ministério Petrino" a forma mais simples, onde o pontífice simplesmente recebe em plenitude o pálio papal e o anel do pescador, ou o a forma mais completa, quando ao final, com a "Coroação", o mesmo recebe a imposição da tríplice tiara, representando sua autonomia e autoridade como Vigário de Cristo.
(Entronização e Coroação 2022)
(Entronização e Coroação 2023)
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Equipe Editorial Clerum
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