Artigo de Liturgia: Vestes Litúrgicas

(artigo escrito pelo Frei Henrique CCMI)

Por isso, também no campo da liturgia, as vestes sagradas, conhecidas também como paramentos, vêm carregadas de significados.  Primeiramente, elas indicam que há diversidade de ministros e de funções. A Instrução Geral sobre o Missal Romano o confirma: “Na Igreja, que é o Corpo de Cristo, nem todos os membros desempenham a mesma função. Esta diversidade de funções na celebração da Eucaristia manifesta-se exteriormente pela diversidade das vestes sagradas, que por isso devem ser um sinal da função de cada ministro”. (IGMR n. 335).

As vestes sagradas concorrem também para salientar a importância e a beleza da ação litúrgica: “Importa que as próprias vestes sagradas contribuam também para a beleza da ação sagrada”. (IGMR n. 335)

Pela dignidade do serviço religioso em que são utilizadas, as vestes sagradas recebem a bênção conforme um rito apropriado: “As vestes usadas pelos sacerdotes, os diáconos, bem como pelos ministros leigos são oportunamente abençoados antes que sejam destinados ao uso litúrgico, conforme o rito descrito no Ritual Romano” (IGMR n. 335).

Sobre adornos aplicados às  vestes sagradas, o Missal Romano dá o seguinte critério: “Os ornatos apresentem figuras ou imagens ou então símbolos que indiquem o uso sagrado, excluindo-se os que não se prestam bem a esse uso”( IGMR n. 344).

Diante dessas breves orientações, fica óbvio que as vestes usadas nas celebrações litúrgicas sejam tratadas com respeito. E o bom gosto pede que sejam limpinhas e bem cuidadas. O que vale para as vestes sagradas aplica-se a todos os objetos que estão a serviço das celebrações litúrgicas: “A natureza e a beleza do local e de todas as alfaias alimentem a piedade dos fiéis e manifestem a santidade dos mistérios celebrados” (IGMR n. 294).

As principais vestes sagradas são:

› Amito: pano que o padre coloca ao redor do pescoço antes de revestir outros paramentos.



› Alva: veste longa, de cor branca, comum aos ministros ordenados e instituídos de qualquer grau.



› Cíngulo: cordão com o qual se prende a alva ao redor da cintura.



› Estola: veste litúrgica dos ministros ordenados. O bispo e o presbítero a colocam sobre os ombros de modo que caia pela frente em forma de duas tiras. Os diáconos usam a estola a tiracolo sobre o ombro esquerdo, pendendo-a do lado direito.



› Casula: veste própria do sacerdote que preside a celebração. Espécie de manto que se veste sobre a alva e a estola. A casula acompanha a cor litúrgica do dia.



› Dalmática: veste própria do diácono. É colocada sobre a alva e a estola.



› Pluvial ou capa de asperges: capa longa que o sacerdote usa nas procissões; ao dar a bênção com o Santíssimo; ao aspergir a assembleia, e em outras ações sagradas conforme as rubricas de cada rito.



› Véu umeral ou véu de ombros: manto retangular que o sacerdote usa sobre os ombros, ao dar a bênção com o Santíssimo ou ao transportar o ostensório com o Santíssimo Sacramento.




Cores das vestes litúrgicas:

Com relação à cor das vestes sagradas, reproduzimos aqui essencialmente as orientações do Missal Romano (IGMR n. 346):


→ O BRANCO simboliza a vitória, a paz, a alegria. É usado nos ofícios e missas do tempo pascal e do Natal; nas festas e memórias do Senhor, exceto as da Paixão; nas festas e memórias da Bem-aventurada Virgem Maria, dos Santos Anjos, dos Santos não mártires, na festa de Todos os Santos, São João Batista, São João Evangelista, Cátedra de São Pedro e Conversão de São Paulo.


→ O VERMELHO simboliza o fogo, o amor divino, o martírio. É usado no domingo da Paixão (Ramos) e na Sexta-feira santa; no domingo de Pentecostes, nas celebrações da Paixão do Senhor, nas festas dos Apóstolos (menos João) e Evangelistas e nas celebrações dos santos mártires.


→ O VERDE é a cor da esperança. É usado nos ofícios e missas do tempo comum.


→ O ROXO simboliza a penitência. É usado no tempo do advento e da quaresma. Usa-se também nos ofícios e missas pelos mortos.


→ O PRETO é símbolo de luto. Pode ser usado nas missas pelos mortos.


→ O RÓSEA simboliza a alegria. Pode ser usado no III domingo do advento e no IV domingo da quaresma.


→DOURADO Em dias mais solenes podem-se usar vestes sagradas festivas ou mais nobres, mesmo que não sejam da cor do dia.


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